Diálogos interculturais a partir dos indígenas

Esse conjunto de documentários nos fazem conhecer, sentir, vivenciar junto de seus personagens um pouco do que é ser indígena e alguns saberes fundadores de suas culturas como a cerâmica, a caça e o uso das plantas medicinais. Podemos perceber através deles também como a cultura é transmitida e, como os próprios filmes se fazem difusores desses saberes, não só para os parentes, mas para todo mundo. Para além da riqueza do artesanato, da língua, do cuidado, temos a oportunidade de nos aproximarmos de um tesouro ainda maior: o jeito de viver dessas comunidades.

Mãos de Barro – as louçeiras dos Pankararu e de como elas aprenderam o ofício, porque fazem cerâmica, que peças fabricam e como é o processo de feitura. Sem elas, não há ritual. Intercala momentos de entrevista com outros mais contemplativos, em que vivenciamos o trabalho no barro com as mãos, sua retirada do chão. As personagens são empáticas e a obra começa e termina com um narrador que alinhava a narrativa de forma poética.

História e modos de caçar Xakriabá - documentário observacional que acompanha crianças em diversas idades, caçando passarinhos e explorando juntos um rio em busca da caça. Um filme leve e lúdico sobre a infância Xacriabá e sobre a importância da caça em sua cultura. Nós espectadores, somos convidados a passear com eles e observar numa brincadeira a transmissão da cultura e como se dá a relação com o meio em que vivem, o mato, os bichos, as plantas, e os encantos.

Yoonahle - documentário que acompanha dois personagens em seu cotidiano na comunidade, e com eles vamos entrando na cultura Fulni-ô, único povo indígena do Nordeste que fala sua língua original, o Yaathê. Aprendemos sua forma de se relacionar com a natureza, de usar as plantas, de trabalhar a palha e outros ensinamentos que os ancestrais deixaram para sobrevivência de seu povo. O filme traz imagens de arquivo e conta como os antigos deram a terra aos brancos no passado, e foram sendo transferidos, até ficar sem terra.

Mãos de Barro

Núcleo/Coletivo: Olhar da Alma Filmes

Direção: Graciela Guarani, Alexandre Pankararu

Etnia: Pankararu

Ano: 2018

Duração: 20 minutos