Opará Morada de Nossos Ancestrais
Núcleo/Coletivo: Olhar da Alma Filmes
Direção: Graciela Guarani
Etnia: Pankararu
Ano: 2020
Duração: 20 minutos
Este programa navega pelas águas a partir da recriação pelo cinema de lendas indígenas sobre o tema. A ganância dos homens e o desrespeito com a natureza são ativadores de reações dos espíritos, retirando-lhes essa fonte vital para a sobrevivência ou inundando toda a terra. No passado recente, a dificuldade de acesso às águas das margens do Rio São Francisco onde vários povos indígenas fizeram morada, se deu pela desapropriação de terras pelo poder público. Mas a articulação entre os povos e a necessidade de viver sua cultura junto ao rio levou esses grupos a uma retomada de terra. Os indígenas precisam agora da ajuda dos encantados, mas também das lutas políticas para que eles tenham acesso à água e, da conscientização da sociedade para que elas sejam bem cuidadas e protegidas.
O Dilúvio - narra a versão Maxakali da história do grande dilúvio. Como um castigo, por causa do egoísmo e da ganância dos homens, os espíritos yãmîy enviam a “grande água”, konãgxeka na língua Maxakali. O mito guarda grande semelhança com o dilúvio bíblico, mas aqui, são os bichos que detém o poder de salvar o homem e, não o contrário. Evoca a relação de interdependência entre homem e animal e a força dos invisíveis.
Lenda das Guardiãs das Águas - é a reinterpretação da lenda adaptada para o cinema de ficção com a atuação do grupo Atã. A narrativa conta de uma comunidade que certa vez desrespeitou de maneira grave a natureza, e as águas foram se acabando. Os guerreiros saem em busca de um pajé de outra aldeia e tem a ajuda dos curupiras. Guerreiros e criaturas míticas estão bem caracterizados e atuam entre tons mais e menos naturalistas, explicitando o jogo de cena de forma sofisticada. É dança, é teatro, é cinema.
Opará: Morada dos Nossos Ancestrais - faz um mergulho ao São Francisco profundo, rio que sempre foi conhecido pelos seus povos originários como Opará, o rio-mar. Dos conhecimentos ancestrais às lutas, o filme discute a relação de simbiose entre o rio e seu povo e mostra a reunião de povos diferentes com mesmos problemas, que retomaram juntos terras nas beiras do São Francisco para sair da cidade.
Núcleo/Coletivo: Olhar da Alma Filmes
Direção: Graciela Guarani
Etnia: Pankararu
Ano: 2020
Duração: 20 minutos